21 abril 2009

"What lies beyond doesn't worry me."


Lógica, Oratória, Metafísca, Ontologia, Epistemologia, Ética, Estética, Fenomenologia, Escolástica, Humanismo, Idealismo, Materialismo, Existencialismo, Pragmatismo, Iluminismo, Racionalismo, Helenismo, Cepticismo, Cinismo, Estoicismo, Solipsismo, Orientalismo, Epicurismo, Heliocentrismo, Positivismo, Onirismo... Pois sim... Tanta corrente filosófica para estudar e uma vida tão curta. A frustração, nestes casos, apresenta-se cruel, corrosiva e implacável às minhas células nervosas. As orbes celestes vivem éons infindos. A vida humana tem a duração de um fósforo cósmico. Acende, queima e morre. Mais rápido que o ciclo respiratório do mais diminuto dos planetas. Não me molestam os mistérios. Não me incomoda o devir. Não me fere o pós-vida. Mas entrar no raio de uma biblioteca ou livraria qualquer que seja e tomar consciência que nunca vou apreender sequer um centésimo do seu conteúdo mortifica-me. Tanto, que evito cada vez mais tais visitas. Custa-me engolir a efemeridade da duração da vida humana. Mesmo ponderando as teorias reencarnacionistas. Custa-me. Nem com sais de fruto para a mente consigo um boa digestão para este facto. Compreendo, pois, em analogia metafórica, a revolta do Roy no grandioso Blade Runner. A famosa cena da lágrima. Sinto-me cúmplice e subscrevo a sua raiva. Já ouvi falar muito nos Akáshikos, esperança última. "Last exit for the lost." Mas estão tão longe como Cassiopeia, raios! E eu não pago o preço com facilidade ou de ânimo leve. Ou, neste caso concreto, de anima leve. Dado o tema, não resisti ao trocadilho. Posso perder a esperança, mas nunca o humor.